Do singular ao plural

Do singular ao plural
  A denominação “estudos culturais” não se refere a um método específico, ou a uma “teoria” já pronta. Ao contrário, os “estudos culturais” parecem decretar justamente o fim do método canônico, o fim da perspectiva única na leitura e análise do “artefato” literário, para nos limitarmos ao âmbito da literatura comparada. Ora, essa perspectiva plural, destituída de um centro, não é nova, mas parece ser uma tendência geral do pensamento neste final de milênio. Ao leitor interessado em compreender melhor essa noção de uma visão de mundo descentrada ou plural, gostaríamos de mencionar alguns textos, oriundos de áreas tão diversas como filosofia pós-moderna, hermenêutica alemã, crítica literária brasileira, etc. Primeiramente, convém que o leitor seja introduzido na nova noção de história. Alguns autores contemporâneos decretaram o fim da História “no singular e com H maiúsculo”. Para um filósofo pós-moderno como Gianni Vattimo, por exemplo, a evolução humana não é linear, mas plural. Assim, a idéia de uma história única e homogênea deveria ser substituída pela noção de uma história plural, que não evoluiria em linha reta. Em outras palavras, a história da humanidade não teria mais como centro, ou modelo, a história do Ocidente. A discussão em torno da idéia de uma história “com h minúsculo” é importante para os estudos literários, na medida em que estimula o crítico a ver o “artefato” estético de múltiplos pontos de vista, sem a prévia adesão à visão de mundo linear e homog

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