Em busca da emancipação

Em busca da emancipação
Teixeira Coelho: os traumas da história brasileira (Divulgação)
  Se o número 18 – a idade que a revista CULT completa este mês – evoca a ideia de maioridade, esta representa algo para além de seu aspecto jurídico: representa a ideia de emancipação das autoridades tradicionais ou das determinações externas e coletivas pelo indivíduo, que assim afirma sua autonomia, o Sapere aude! (Ouse conhecer!) pronunciado por Kant em O que é o Iluminismo?. Quando se trata de literatura num país que sempre teve de se haver com sua minoridade (dependência econômica, condição periférica, identidade instável), essa emancipação muitas vezes representou a criação de um discurso empenhado na construção de uma identidade nacional. Ou seja, uma emancipação mais coletiva do que individual – o que não deixa de ser incongruente, senão contraditório, com as noções de autonomia e autodeterminação. A literatura e o pensamento brasileiro – e isso é um fato, não uma interpretação – sempre estiveram às voltas com a formulação de mitos fundadores, seja na forma dos romances e poemas indianistas de José de Alencar e Gonçalves Dias, da prosa regionalista de diagnóstico e denúncia dos atavismos por trás das catástrofes nacionais, ou ainda dos ensaios de interpretação das tensões do hibridismo social e racial (como em Casa grande & senzala, de Gilberto Freyre, ou Raízes do Brasil, de Sergio Buarque de Holanda) – sendo que as próprias ideias de mito, atavismo e raça implicam submissão a um singular coletivo. No campo estritamente literário, outro ensaio fundamental, Formação da literatura br

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