Edgar Morin debate com François Hollande, novo presidente da França

Em uma acirrada disputa presidencial, o candidato socialista François Hollande derrotou neste domingo, com  52% dos votos, o atual presidente Nicolas Sarkozy (UMP), candidato à reeleição e que ficou com 48%.

Poucos dias antes do segundo turno, o jornal Le Monde havia publicado uma conversa entre Hollande e o filósofo francês Edgar Morin, autor de  “Introdução a uma Política do Homem e Argumentos Políticos” (Brasil, 1969) e mais de 30 outros títulos.

Durante o debate, cujos extratos a CULT publica a seguir, discutiu-se a visão de ambos sobre a “direita”, a abolição da pena de morte e a crise econômica em que a França encontra-se juntamente com os demais países europeus – a qua Morin chama de “crise civilizatória”.

Sobre a crise, Hollande comenta: “Vivemos o imediatismo, o nosso horizonte raramente vai além do fim do mês. O papel da política é fornecer uma visão a longo prazo”.

Para Morin, não só é possível “superar a crise”, mas também “mudar a lógica dominante”. “Por uma confluência de múltiplas reformas, devemos colocar a França em movimento, confiar na capacidade criativa dos cidadãos”, completa o filósofo.

A esta constatação, Hollande afirma: “Eu não apenas digo que é possível, não simplesmente mostrarei que é possível, mas o farei!”.

Nicolas Sarkozy, pertencente ao partido UMP (União por um Movimento Popular), que assumia o posto da presidência desde 2007, foi criticado pelo seu envolvimento em diversos casos polêmicos, entre eles esquemas de corrupção e utilização de contra-espionagem para resoluções de assuntos privados.

Em debate, François Hollande, eleito pelo Partido Socialista, não só compromete-se em salvar a França da crise, como ressalta que “a obra de Marx ainda é útil para entender o capitalismo” e “a defesa do ideal e a ação real caminham juntos”.

Leia a íntegra do debate, em francês, em: http://www.lemonde.fr/idees/article/2012/05/04/le-pouvoir-pour-quoi-faire_1695946_3232.html