Despedida da juventude
Nos anos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, coincidindo ao final com sua entrada na universidade, Walter Benjamin foi um ardoroso – “Ardor” foi o pseudônimo que adotou em seus primeiros escritos – militante do Jugendbewegung (Movimento de Juventude). De larga expressão e expansão na Alemanha desde a virada do século 19 para o 20, o movimento se baseava na ideia de que uma reforma da escola e da educação era fundamental para a aquisição de uma nova consciência acerca dos desafios e mudanças trazidos pelo século que se iniciava. O Movimento de Juventude representou um nem sempre tímido e muitas vezes bastante conservador anseio de libertar a juventude das correntes que a prendiam a uma educação permeada por valores tradicionais, considerados incompatíveis com o processo de modernização. Nessa perspectiva, a reforma da escola e da educação também representava um questionamento dos valores acerca da família, da sexualidade e da religião. Assim, o movimento nasceu apoiado na figura de alguns educadores que criaram instituições nas quais experimentavam métodos pedagógicos e fomentavam novas formas de companheirismo entre rapazes e moças, assim como – conforme larga bibliografia a respeito o mostra – de aceitação e estímulo às práticas homoeróticas.
A saúde precária e as sucessivas doenças do garoto Benjamin levaram seus pais a enviá-lo, em 1904, para uma dessas instituições – a Escola de Haubinda, fundada por Herman Lietz –, a fim de que, em contato com o ar puro e a natureza, ele pudesse melhorar sem precisa
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