O legado de Jacques Derrida, 20 anos depois de sua morte
O filósofo franco-argelino Jacques Derrida em 2002 (Jean-Luc Nancy)
Em 16 de agosto de 2004, o pensador franco-argelino Jacques Derrida realizou, no Teatro da Maison de France no Rio de Janeiro, aquela que seria sua última conferência. O Colóquio Internacional Pensar a Desconstrução tinha sido planejado desde 2001, quando ele viera ao Rio, junto com seu amigo René Major, participar de um evento organizado por psicanalistas no Planetário da Gávea. Mas, por diversos motivos, só viria a acontecer três anos depois, numa colaboração entre o Escritório do Livro Francês e a Universidade Federal de Juiz de Fora, onde eu lecionava à época.
Coorganizei o colóquio com minha colega da UFJF Maria Clara Castellões de Oliveira, coordenadora da pós-graduação, e um grupo de alunos bolsistas. Tivemos o apoio do Consulado, da Capes e do CNPq. Com a participação de especialistas brasileiros e estrangeiros, como Silviano Santiago, Leyla Perrone-Moisés, Marcos Siscar e a portuguesa Fernanda Bernardo, o evento se encerrou com uma conferência do filósofo Bernard Stiegler.
Apesar de já estar bastante debilitado pela enfermidade que o levaria menos de dois meses depois, em 9 de outubro, Derrida não só veio ao evento, como também cumpriu toda a agenda prevista: participou de uma sessão de autógrafos com o livro Papel-máquina, que eu acabara de traduzir (Estação Liberdade); foi a um almoço oferecido pelo cônsul; concedeu uma entrevista para o programa Milênio, da GloboNews. Esta, aliás, é de fato sua última entrevista, e não, como normalmente se pensa, a concedida pouco antes ao jornal Le Monde.
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