Corpos velhos – Para que servem? Com o frescor da infância da nossa velhice

Corpos velhos – Para que servem? Com o frescor da infância da nossa velhice
(foto: Silva Machado)

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Com o propósito de trazer de volta aos palcos paulistanos a geração pioneira da dança em São Paulo, o Sesc Consolação apresenta o espetáculo Corpos velhos – Para que servem? nesta quarta-feira, dia 25 de outubro, às 20h, e na quinta-feira, dia 26, às 15h.

O trabalho abre espaço para uma conversa não falada e para o improviso carregado de memórias e de histórias de um elenco de nove bailarinos que somam em cena mais de 700 anos de experiência e de prática artística.

Dirigido por Luis Arrieta, o espetáculo conta com a participação de Décio Otero e Marika Gidali, ambos fundadores do Ballet Stagium, além de Iracity Cardoso, Lumena Macedo, Mônica Mion, Célia Gouvêa e as bailarinas do Balé IV Centenário, primeiro grupo profissional de dança de São Paulo, Neyde Rossi e Yoko Okada. Juntos, eles buscam investigar em cena movimentos e coreografias possíveis para esses corpos orgulhosamente recobertos pela pátina do tempo.

(foto: Silva Machado)

Trata-se de um espetáculo que não busca se relacionar de forma imediata com o que está sendo produzido de mais atual na dança contemporânea. “Esse espetáculo não se encaixa em nada, não há nada assim. Ele não responde às possíveis expectativas do que poderia ser a dança hoje, e isso é ótimo. Ele não está amarrado a qualquer perspectiva. É único porque essas pessoas são únicas”, declara o diretor.

Se, por um lado, um dos pontos centrais do espetáculo é evidenciar a excelência que os dançarinos desenvolveram ao longo de suas extensas trajetórias; por outro, não passará despercebido ao espectador a heterogeneidade de linguagens e de estilos que caracteriza o trabalho de cada performer.  “Coreografar essas pessoas, na verdade, é orientar, estipular um roteiro e deixar emergir o ponto de vista a partir do qual cada intérprete entende a discussão sobre os temas tratados em cena”, afirma Arrieta.

Na primeira parte do espetáculo, é exibido um vídeo do artista Pedro Cardoso, mostrando cenas dos ensaios em close up. Na segunda parte, os nove bailarinos atuam em conjunto. A trilha sonora, “O homem que corre na Savana”, foi composta pelo maestro Guilherme Vaz e   conta com a  interferências da canção “Cinco siglos igual”, interpretada pela cantora argentina Mercedes Sosa.

Marika Gidali, ex-bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e co-fundadora do Ballet Stagium (que no último dia 23 de outubro completou 52 anos de existência), declara que gostaria de acender novas luzes nas gerações mais novas. “Reunir em cena todos esses bailarinos, professores, diretores e maestros é um momento histórico. O espetáculo não fala somente de corpos velhos. Trata-se de estar presente e continuar atuando na dança, não importa de qual forma”, diz Marika.

 

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Espetáculo Corpos Velhos – para que servem?

No Sesc Consolação – Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo

Dia 25 de outubro de 2023 às 20h
Dia 26 de outubro de 2023 às 15h

Ingressos pelo site do Sesc: sescsp.org.br/programacao/corpos-velhos-para-que-servem

Duração: 55 minutos

Classificação Livre


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