Colorismo: da origem ao debate contemporâneo nos Estados Unidos e no Brasil

Colorismo: da origem ao debate contemporâneo nos Estados Unidos e no Brasil
Gráfico preparado por W. E. B. Du Bois para a Exposição do Negro na Seção Americana da Exposição Universal de Paris em 1900. Na publicação já aparece a frase que faria parte do livro As almas do povo negro publicado três anos depois: “A questão do século 20 é o problema da linha de cor” (Library Of Congress)
“A menos que a questão do colorismo – em minha definição, tratamento preconceituoso ou preferencial de pessoas da mesma raça baseado exclusivamente na cor – seja abordada em nossas comunidades e definitivamente em nossas ‘irmandades’ negras, não podemos, como povo, progredir. Pois o colorismo, assim como o colonialismo, o sexismo e o racismo, nos impede.” Alice Walker, Em busca dos jardins de nossas mães (2021) A formulação do conceito de colorismo, como usado contemporaneamente, é atribuída à escritora estadunidense Alice Walker, em seu livro Em busca dos jardins de nossas mães: Prosa mulherista, publicado em língua inglesa há pouco mais de 40 anos. Para a autora, colorismo se refere à noção de que a cor da pele de uma pessoa é um indicativo de seu valor social, seja estético, seja intelectual, seja de outra natureza. Seguindo essa noção, aqueles com pele mais clara tendem a ser vistos como superiores aos de pele mais escura, mesmo pertencendo ao mesmo grupo racial. Analisando a história dos Estados Unidos e do Brasil, percebemos que práticas sociais de discriminação com base na cor da pele existiam muito antes de o termo “colorismo” ser cunhado. O sociólogo W. E. B. Du Bois (1868-1963) elaborou um conceito próximo ao que hoje chamamos de colorismo, denominando-o “linha de cor”. Em seu célebre livro As almas do povo negro, lançado em 1903, Du Bois afirma: “A questão do século 20 é o problema da linha de cor – em relação às raças de homens mais escuros e mais claros na Ásia, na África, na América e nas ilha

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