Cidadão Bellocchio

Cidadão Bellocchio
O cineasta italiano Marco Bellocchio (Divulgação)
  Da terra que deu à luz tantos fragmentos poéticos da cinematografia mundial emerge um tônico Marco Bellochio. Desde sua estreia com De punhos cerrados (1965), um dos mais viscerais ataques à ordem de classes na história do cinema, sua filmografia representa uma feroz crítica à moral burguesa, à hipocrisia religiosa e às diversas formas de obediência ideológica incondicional. Contextualizado sempre em espinhosos aspectos da psique italiana, este eixo temático se ratifica, para ficar na última década, em filmes como Bom dia, noite (2003), sobre o assassinato do democrata cristão Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas, filme que selou sua aclamação internacional, e o operático Vincere (2009), melodrama histórico sobre a primeira esposa de Mussolini, considerado pela crítica sua obra-prima. Pouco presente no circuito comercial brasileiro, o diretor tem agora dois de seus filmes em cartaz – Irmãs jamais (2010), desde o final de abril, e A bela que dorme (2012), previsto para 21 de junho. O primeiro, rodado ao longo dez anos, é fruto de um workshop de cinema promovido todos os verões em sua casa, tendo no elenco parentes e atores amigos. O segundo, vencedor do Prêmio da Crítica na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo no ano passado, revisita o caso de Eluana Englaro, jovem que, após 17 anos em estado vegetativo, teve seus aparelhos desligados, num caso que dividiu a Itália de Berlusconi. O cineasta de 73 anos falou à CULT, por telefone, sobre eutanásia – “eu pessoalmente compartilho do princípio de Beppino Englaro”, diz, sobre

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