A capitania poética de Cecília Meireles
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Para uma autora dada ao encantatório e ao maravilhoso, o legado não deixa de ser condizente. Além da obra poética – um acervo de trinta livros, dez dos quais póstumos –, a publicação da obra em prosa de Cecília Meireles, iniciada em 1998, deverá reunir 23 volumes, sete deles já em circulação . Cinco tomos deverão trazer as mais de 50 conferências sobre literatura e arte, a maioria inédita, ministradas no Brasil e no exterior.
Mas esse projeto ainda não enfeixará a correspondência a escritores e artistas brasileiros e estrangeiros, também quase toda inédita – apenas aos amigos portugueses, aos quais dedicou Viagem, Cecília enviou mais de 500 cartas. Nem as cinco peças de teatro que escreveu na década de 1940 ou as traduções de autores ocidentais e orientais, incluindo, para mencionar apenas estes últimos, os chineses Li Po e Tu Fu (editadas em 1996), e as inéditas de poetisas japonesas, poetas árabes e persas, contos de Tchekov diretamente do russo, além daquelas já publicadas, como as de Tagore e poetas hebraicos e israelenses, e uma seleção de contos de As mil e uma noites (versão Mardrus, editada nos anos 1920). Somem-se a isso as aulas de um curso – estenografadas por uma aluna, sem revisão da professora –, ministrado em 1937 na Universidade do Distrito Federal, texto depositado na Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, e que testemunha a erudição da poeta, digna de um Mircea Eliade, na área da mitologia e dos primórdios das religiões e das filosofias (com obras como O Mahabarata, Pauthier sobre Confúcio, Legge so
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