Capitalismo racial: De Robinson a Du Bois

Edição do mês
Capitalismo racial: De Robinson a Du Bois
Du Bois com Mao Tse-Tung durante viagem à China, em 1959 (University of Massachusetts Amherst/The W.E.B. Dubois Papers)
  Entre dezembro de 2007 e junho de 2009, quando a grande recessão varreu boa parte das Américas, da Europa, do Oriente Médio e da Rússia, inaugurando uma época marcada pelo socorro governamental dos bancos e por cortes de gastos sociais para os trabalhadores, poucos podiam imaginar que os anos 2010 seriam dominados por uma onda mundial de protestos liderados por jovens, em sua maioria subempregados e racializados. Em paralelo, foi se formando uma reação a esses protestos que, a partir de meados da década, polarizaria sociedades nacionais, multiplicando lideranças e movimentos sociais autoritários. Indiscutivelmente, a década passada foi um momento marcado por grandes convulsões sociais. Nos Estados Unidos, por exemplo, a plataforma Black Lives Matter (BLM), criada no início da década de 2010, organizou uma primeira onda nacional bem-sucedida de protestos em 2014 após o assassinato do jovem Michael Brown por um policial branco em Ferguson detonar um levante na cidade. Em 2020, a maior e mais extensa série de protestos já vista na história americana tomou conta das ruas do país depois do assassinato de George Floyd por um policial em Minneapolis. A indignação logo se espalhou por diversas sociedades nacionais, revalorizando a reflexão de ativistas e intelectuais a respeito da relação entre crise econômica e opressão racial. Nesse novo contexto, o antropólogo estadunidense Cedric J. Robinson ganhou destaque por ter desenvolvido, no início dos anos 1980, uma ousada teoria daquilo que, tomando de empréstimo a locução criada pelos soc

Assine a Revista Cult e
tenha acesso a conteúdos exclusivos
Assinar »

Fevereiro

TV Cult