A busca do centro político e por que o jornalismo foi localizá-lo na direita

A busca do centro político e por que o jornalismo foi localizá-lo na direita
Moro sabe que ou consegue umas manchetes e umas sonoras agora ou morre de inanição midiática (Foto: Marcelo Camargo)
  O jornalismo brasileiro acordou da ressaca da eleição estadunidense sonhando com um Joe Biden à brasileira para nos livrar do encosto do bolsonarismo em 2022. E como nas nossas redações quem fica refletindo é poste, começaram já na segunda-feira a temporada de buscas do “candidato de centro”, o Biden.br. Luciano Huck, esperto como ele só, já levantou o braço e pediu para ser escalado. Sérgio Moro, relegado recentemente ao estágio de subcelebridade, sabe que ou consegue umas manchetes e umas sonoras agora ou morre de inanição midiática. Por isso, assumiu com prazer o papel que lhe foi atribuído de presidenciável, bidenável e um sujeito de centro. A esquerda, claro, entrou em ebulição e começou a praticar um dos seus esportes prediletos: usar o rótulo “direita” como insulto e “extrema-direita” simplesmente como um grau do mesmo xingamento. Não são mais conceitos a que se pode dar um significado político bastante preciso, são só vitupérios. Claro, ficou fácil de bater. Moro não é um extremista de direita. E apareceram muitos para denunciar a denúncia. “O ódio visceral contra ele de parte da esquerda e do centrão não tem nada a ver com isso : é pelo combate à corrupção”, disseram. Há boas razões por que Moro não se qualifica. No meu caso pessoal, eu não desgosto de Moro por ser ele contra a corrupção; eu o desprezo por ter corrompido a Justiça para a satisfação de seus apetites e convicções e de sua agenda de justiceiro. Sou contra Moro não por ser a favor da corrupção, mas por ser contra c

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