Audrey Tautou fala do novo filme

Audrey Tautou fala do novo filme

Marília Kodic

De calça jeans, blazer escuro, cabelo preso e quase nenhuma maquiagem no rosto, a atriz Audrey Tautou recebeu a CULT no Hotel Tivoli, em São Paulo, para falar sobre o novo filme, “Uma Doce Mentira”.

Na trama, Tautou, que ficou famosa como a protagonista do filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, vive Émilie Dandrieux, uma jovem dona de um salão de cabeleireiros que, certo dia, recebe um bilhete de amor anônimo. Ao enviar a carta para a mãe, em depressão desde que o marido a abandonou, provoca uma série de desentendimentos.

O filme faz parte do Festival Varilux de Cinema (veja locais e horários ao final da entrevista), e tem estreia comercial prevista para o mês de julho.

Como foi o processo de filmagem de Uma Doce Mentira?

Audrey Tautou: Na verdade, todo o filme foi prazeroso, cada cena era um prazer de encenar, uma coisa muito bem concebida, muito bem escrita. Foi uma alegria fazer esse filme. Tenho muitas anedotas, mas uma delas é que, ao fim do dia, todo dia, íamos fazer piquenique na praia e tomar banho de mar.

Em que cidade foi rodado o filme?

Foi gravado na cidade de Sète, no sul da França, na costa, e é uma cidade muito simpática, bem diferente da atmosfera de Paris. Gostaria de passar pelo menos uma semana por ano lá, realmente me apaixonei pela cidade.

Qual a sua cidade preferida na França?

Além de Sète, as outras duas cidades de que gosto são Bordeaux e Lille.

O filme gira em torno de uma carta de amor anônima. Você já recebeu ou escreveu alguma?

Nunca recebi nem escrevi nenhuma carta anônima, eu sempre assino (risos).

Há alguma semelhança entre você e sua personagem, Emilie?

Não tenho uma relação tão próxima com minha mãe como ela, mas me identifico com a personagem na falta de segurança em mim mesma e na fragilidade.

Há alguma relação entre as personagens Emilie e Amélie (do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain)?

As duas querem fazer o bem, mas a Emilie faz muita confusão. Ela tem boas intenções, mas não vai pelo mesmo caminho, os métodos dela são menos eficazes, são mais tortos.

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain foi um filme que marcou a sua carreira. Que significado ele tem para você?

Com certeza foi um marco, o filme teve um sucesso estrondoso, e foi o que permitiu que eu tivesse outras oportunidades.

E como foi fazer O Código Da Vinci?

Adorei, foi uma experiência muito exótica, porque a indústria americana é uma imensa máquina, formidável. Adorei a oportunidade de trabalhar com Tom Hanks e com o diretor Ron Howard.

Tem previsão de fazer outros filmes hollywoodianos?

Sim, mas não desejo seguir uma carreira em filmes de Hollywood.

Você disse que nunca moraria em Los Angeles. O que a atrai em Paris, lugar em que mora?

Tenho família, amigos, toda a minha vida. E, culturalmente, Paris é muito mais rica. Não tenho nada contra Los Angeles, mas não tenho nenhum elo, nada que me ligue à cidade. É impessoal, muito grande. Além disso, a perspectiva de fazer tudo de carro é deprimente pra mim. Em Paris, ando a pé, de metrô, de bicicleta.

Você deu uma volta pela cidade hoje. Onde foi? Foi reconhecida nas ruas?

Fui ao Masp, vi a exposição permanente, os dois andares. Gostei muito dos artistas brasileiros contemporâneos. Havia um grupo escolar que ficou muito contente em me encontrar (risos).

Você conhece algum artista brasileiro?

Não conheço nenhum artista específico, há o Oscar Niemeyer, na arquitetura, de quem ouvi falar. Mas ainda tenho muito a descobrir.

Quais são seus projetos?

Vou fazer o papel de Thérèse Desqueyroux [romance de François Mauriac com o mesmo título, lançado no Brasil pela Cosac & Naify], no filme que será dirigido por Claude Miller. É justamente a antítese da Emilie, é um mundo muito mais obscuro, negro. Estou muito ansiosa para fazer esse papel.

Michel Gondry a convidou para fazer um filme. Qual será o tema?

Ele fez um curta-metragem, uma pequena animação para me propor o papel. Eu não sei muito no que vai dar, está no início da aventura, vou ter que esperar até o ano que vem pra saber do que se trata. Espero que dê certo.

Festival Varilux de Cinema Francês
Onde: cinemas diversos de 22 cidades brasileiras
Quando: de 9 a 12 de junho
Quanto: preço regular praticado pelos cinemas participantes
Info.: www.festivalcinefrances.com

(3) Comentários

  1. A atriz está correta quando se refere a Los Angeles, a indústria americana de filmes não é de má qualidade, mas temos que dar espaço para os filmes europeus, que são de ótima qualidade e de enredo singular.

  2. Ela tem razão!! O cinema francês é especial!! E a qualidade de vida dela em París é incomparável!!

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