Entrevista: Anselm Jappe

Entrevista: Anselm Jappe
Anselm Jappe, filósofo de origem alemã, é professor da Accademia di Belle Arti de Sassari, na Itália (Reprodução)
  Anselm Jappe, filósofo de origem alemã, é professor da Accademia di Belle Arti de Sassari, na Itália, e ensina atualmente no Collège International de Philosophie, em Paris. Em 1993, publicou Guy Debord (lançado no Brasil pela editora Vozes, em 1999), livro escrito originalmente em italiano e traduzido em seis línguas, que é referência indispensável sobre o tema. Na França, publicou também uma coletânea de textos sobre Guy Debord e a Internacional Situacionista, L’avant-garde inacceptable (2004), traduzida em português sob o título Uma conspiração permanente contra o mundo (Lisboa: Antígona, 2014). É também autor ligado à crítica do valor, tendo publicado As aventuras da mercadoria (Lisboa: Antígona, 2006) e Crédito à morte (São Paulo: Hedra, 2013). Na entrevista a seguir, ele destaca as particularidades do pensamento de Guy Debord e as relaciona a grandes questões teóricas que atravessaram o século 20 e chegaram aos dias atuais.   Em seu ensaio, Guy Debord, de 1993, você tentou apreender as fontes do pensamento do autor de A sociedade do espetáculo, revelando a importância de Marx e da tradição marxista para a elaboração da teoria do espetáculo e sublinhando, ao mesmo tempo, o caráter heterodoxo do pensamento de Debord. Em que consiste a particularidade desse pensamento e qual é a posição dele em relação à tradição marxista? Anselm Jappe Em seu início, nos anos 1950, Debord se situava, sobretudo, por via do letrismo, na continuação do surrealismo original e de seu projeto de reinventar a vida, unindo a revolta e

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