Adélia Prado garimpa poética do cotidiano

Adélia Prado garimpa poética do cotidiano
  A obra poética de Adélia Prado é prova de que a poesia não precisa nascer somente do solo duro do eixo Rio-São Paulo. Como poucas, ela sabe resgatar para o seu leitor toda trama cultural e social do piccolo mondo das cidades do interior brasi­leiro. Pequenas histórias familiares, dra­mas do dia-a-dia, tudo isso filtrado pelo seu olhar arguto, resulta numa poesia ex­tre­mamente refinada e bela. É aquela fa­mosa história de que ao tratar de sua aldeia, o poeta está sendo universal. Mo­ran­do em Divinópolis, Minas Gerais, onde nasceu em 1935, Adélia Prado é uma das mais importantes poetas brasileiras. E não des­cuida do verso, nem tampouco da prosa. A prova pode ser conferida nos seus dois no­vos livros, lançados pela Editora Man­darim: o romance Manuscritos de Felipa e o livro de poemas Oráculos de maio. Ela, que já lançou cinco romances, entre eles Componentes da banda e Cacos para um vitral, centra agora seu enredo na história de Felipa, uma mulher de meia-idade “regis­­trando seu sofrimento”, como ela mes­­­­ma escreveu, nessa entrevista feita por fax, para a CULT. A poesia de Adélia Prado tem despertado bastante interesse de críticos importantes, como Augusto Massi, e sua obra poética foi coligida em 1991 pela Editora Siciliano em Poesia reunida. Com este novo livro, mantendo seu tom colo­quial, de quem registra a vida em pequenos fragmentos tanto de memória como de flagrantes do dia-a-dia, ela ressalta a importância da religiosidade dentro de sua obra. Para esta escritora que vem colocando sua cidade, no oeste de Mi

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Novembro

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