“A nossa vida é ensinar. A nossa vida é disciplinar”

“A nossa vida é ensinar. A nossa vida é disciplinar”
(Foto: LUÍS FERRARA)
  Mulher negra. Defensora de seu território. Maria Dalva Pires Belfort, Dona Dalva ou, como é mais conhecida, Mãe Dalva. É uma das militantes quilombolas mais importantes da cidade de Itapecuru-Mirim, no interior do Maranhão. Sempre sorrindo e cantando doutrinas do tambor de mina, sua trajetória de luta conta com a presença dos Encantados na defesa do território.  Ao mesmo tempo que é filha de sua terra, é também a própria terra, por relembrar e viver as histórias de seu chão. Com palavras simples, mas sem deixar de ser complexa, Dona Dalva, nascida em 1963, apresenta uma reflexão poética sobre a realidade e sobre o cotidiano de seu quilombo. Cercada por tantas narrativas desenhadas em sua memória, Dona Dalva entoa uma filosofia de seu chão quando apresenta conceitos em torno do que é o ser-quilombola e o ser-mineiro.  As imagens, a luta e a trajetória de vida aqui descritas representam uma maneira singular de refletir sobre si e sobre sua comunidade. Por causa da  impossibilidade de deslocamento até a Comunidade Santa Rosa dos Pretos, devido aos tempos pandêmicos que vivemos, Dona Dalva concedeu entrevista à Cult por telefone, em abril, na companhia de seu sobrinho Joércio Pires.  Sensível à voz da Mãe Natureza, Dona Dalva mostra que o respeito à terra é também um respeito à própria vida. Qual é sua história com o tambor de mina?  A minha história com o tambor de mina... Pra mim a mina faz parte da Mãe Natureza. E quando caí da primeira vez eu tinha 5 anos, mas depois de grande eu não quis aceitar, mas não

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