A estranha atividade da escrita

A estranha atividade da escrita
Jeanne Marie Gagnebin, professora de Filosofia e autora de "Limiar, aura e rememoração" (Foto Yuri Tavares)
  A mais recente coletânea de ensaios – Limiar, aura e rememoração – publicada por Jeanne Marie Gagnebin, professora de Filosofia e Teoria Literária na PUC/SP e na UNICAMP, se distingue em dois aspectos principais de sua coletânea anterior, Lembrar, escrever, esquecer (ed. 34, 2006). Em primeiro lugar, porque o que estava implícito antes agora se torna claro no próprio subtítulo do livro, qual seja, que o fio condutor de todos esses textos é o pensamento de Walter Benjamin. Em segundo lugar, provavelmente motivado pela referência a Benjamin, a coletânea está dividida em três seções, cada uma correspondendo aos três conceitos benjaminianos, centrais no seu pensamento, que dão nome ao livro. Nessa perspectiva, quatro textos compõem a primeira seção, intitulada “Limiar”, cinco compõem a segunda seção, intitulada “Aura” e na terceira e última seção, sob o signo da “Rememoração”, encontramos mais quatro textos. Acompanha ainda a edição uma “Nota da autora” e um “Prólogo”, intitulado “Escrita, morte, transmissão”. E, desde a “Nota”, a própria autora reconhece que, consideradas no seu conjunto, essas duas coletâneas, em que pese a não pouca diferença temporal que as separa, acabam gravitando em torno de questões e problemas comuns, que dizem respeito a uma espécie de problema ao mesmo tempo “trivial” e elevado, pois se trata também de uma questão “metafísica”, e que dizem respeito às dificuldades suscitadas “por essa estranha atividade, que é a escrita”. Essa curta, mas decisiva frase,

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