Privado: A democracia necessária

Privado: A democracia necessária
Jorge Felix O presidente Fernando Henrique Cardoso tem um livro com este título. Esqueçamos. Entre muitas teses perdidas, ou melhor, incompletas, essa foi mais uma. Em oito anos deste governo, o Brasil perdeu as contas de seus famintos: o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fala em 22 milhões, o Banco Mundial em 15, a Fundação Getúlio Vargas calcula 50 milhões. Como se vê, no mais longo mandato democrático da história do Brasil, muitos nem tiveram o gostinho de saborear um naco de poder. Nem sequer um prato de comida todos os dias. Se a situação chegou a tal ponto no quesito economia, no qual o governo Fernando Henrique colherá, pelo resto de nossas existências tropicais, o mérito de debelar a inflação (mesmo tendo substituído os inacreditáveis índices de Maílson, nos anos 80, pelos estratosféricos de Armínio Fraga), que o diga na área da cultura. Em sentido inverso ao esforço fiscal, patrocinado pela competência insaciável do secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, o governo baseou sua política cultural nas chamadas leis de incentivo. Ideia surgida nos tempos do governo Sarney, que acreditava tanto neste instrumento como forma de aquecer a vida intelectual do país a ponto de batizar a primeira lei com seu próprio nome, essa arma reproduziu-se sem critérios democráticos por estes oito anos de governo Fernando Henrique. Ganhou sua versão audiovisual e foi festejada pela elite produtora de cultura no país. Chega-se a 2002, precisamente na campanha eleitoral, e o debate da política cultural que será adotada pelo próxim

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