dossiê | Cartografias do político
Edição do mêsQuadro “A liberdade guiando o povo”, do pintor francês Eugène Delacroix (Reprodução)
Direita e esquerda fizeram mais do que estabelecer posições circunstanciais no mapa ideológico do mundo pós-Revolução Francesa – forjaram a política, a economia, as artes, a guerra e o comportamento humano nos últimos dois séculos. Este dossiê recupera a gênese dos conceitos que se formam na esteira da queda do Antigo Regime e discute aspectos de sua história e atualidade, no Brasil e no mundo. A despeito de quem propaga o fim das ideologias, os artigos examinam a permanência do embate político fundamental que continua a movimentar a história contemporânea.
A capa desta edição é uma paródia do icônico quadro A liberdade guiando o povo, do francês Eugène Delacroix.
A tela foi pintada em 1830, em comemoração à Revolução de Julho daquele mesmo ano, que levou à queda do rei Carlos 10 e ao fim do período da Restauração na França.
A mulher, ao centro, representa a Liberdade, que inspira a rebelião popular a avançar por cima de uma barricada de mortos. No meio da turba, a única figura com a expressão vacilante é o homem de cartola, ligeiramente mais bem-vestido que seus companheiros – a análise mais comum é a de que o pintor quis representar um integrante da burguesia, cuja situação de vida confortável faz com que pense duas vezes antes de se lançar à batalha.
Na capa da Cult, a Liberdade, representada por uma mulher negra, em vez de guiar o povo, é arrastada para a direita. A seus pés, à esquerda, uma figura tenta desesperadamente se agarrar a ela, impedindo-a de ser levada.
É uma representação da
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