Fênix: um poema inédito de Ademir Assunção
Novo livro do poeta, 'Risca faca', será lançado em junho pela editora Demônio Negro (Foto: Divulgação)
o sol se pôs no ocaso e não voltou
escuro aqui no quarto e em moscou
sobras de sombras, cacos de pratos
sinais eram claros nos olhos dos gatos
os portões abertos do íntimo hospício
um cego equilibrista no fio do precipício
o vendaval se encrespa entre dois santos
lágrimas limpas lavam a sujeira dos cantos
mesmo velhos ursos caem em armadilhas
dentuços ratos roem o cordame das quilhas
a lua branca se dissolve no céu da boca
espessa espuma envolve a noite louca
acaso o sol retorna e a água cristalina
enfim aclara a luz opaca no oco da retina
Ademir Assunção é poeta e jornalista. Em junho, lança seu novo livro, Risca Faca, pela editora Demônio Negro.