Com orçamento reduzido, ‘É Tudo Verdade’ tem programação enxuta em 2018

Com orçamento reduzido, ‘É Tudo Verdade’ tem programação enxuta em 2018
Amir Labaki nesta terça (20) em coletiva de imprensa do festival É Tudo Verdade (Divulgação/É Tudo Verdade/Itaú Cultural)

 

Em sua 23º edição, o festival internacional de documentários É Tudo Verdade será “um pouco mais enxuto”, “mas nem por isso menos vigoroso”, afirmou o crítico e fundador da mostra, Amir Labaki, durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça (20), no Itaú Cultural. 

Ao contrário de anos anteriores, quando cerca de 80 filmes faziam parte da programação, a mostra terá apenas 51 títulos em cartaz em São Paulo e no Rio de Janeiro, de 12 e 22 de abril. Labaki minimizou o encolhimento do festival, chamando a atenção para a qualidade do que será exibido, mas atribuiu o fato às dificuldades de captação. 

O festival só conseguiu captar dois terços do orçamento inicial de seis milhões de reais. Também presente na coletiva, Eduardo Saron reclamou da recuada do apoio da Petrobras e do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), patrocinadores desde 2004 e 2011, respectivamente. Segundo ele, ambos “desistiram na última hora”. 

O processo de captação continua acontecendo, o que abre a possibilidade de organização de um novo módulo no segundo semestre (como aconteceu em 2009). “Os últimos dois anos foram extremamente complicados [em termos de incentivo à cultura], com menos editais de cinema. Mas mesmo em tempos de crise, o cinema e a produção audiovisual nacionais continuam crescendo e se sofisticando”, afirmou Labaki. 

O diretor destacou ainda a participação recorde de brasileiros – 120 entre 1600 profissionais -, tanto inscritos nos prêmios, quanto trabalhando em produções internacionais. “Mesmo com menos candidatos, foi um processo de seleção particularmente difícil, porque recebemos uma ótima safra tanto do Brasil quanto de fora”, disse. 

Programação

Mais longevo evento dedicado exclusivamente ao cinema documental na América Latina, o É Tudo Verdade abre no Rio de Janeiro com Carvana (Lulu Corrêa), sobre o contador de histórias Hugo Carvana; e em São Paulo com Adoniran – meu nome é João Rubinato (Pedro Serrano), que conta a vida do sambista paulistano.

Até 22 de abril, serão exibidos títulos como o chinês A boa educação (Gu Yu), o holandês O intérprete (Reneé van der Vem), o brasileiro O processo (Maria Augusta Ramos) e o argentino Amarra seu arado a uma estrela (Carmen Guarini), sobre as investigações do cineasta Fernando Birri, morto em 2017.  

O festival terá também uma mostra digital no site do Itaú Cultural com cinco documentários de Marília Rocha, Helena Solberg, Tatiana Toffoli, Maria Ribeiro e Andrea Pasquini, diretoras que marcaram a história da mostra. A edição homenageia a cineasta norte-americana Pamela Yates. “Sempre nos preocupamos muito com a representatividade das mulheres dentro do festival, e ficamos felizes que essa militância esteja cada vez maior”, disse Labaki. 

Além dos documentários nacionais e internacionais, o É Tudo Verdade sedia uma competição em cinco categorias: melhor curta ou longa-metragem do Brasil, internacional e latino-americano. Um dos destaques nacionais é o filme Che, memórias de um ano secreto, de Margarida Hernandez, indicado tanto para Melhor Filme Brasileiro quanto para Melhor Filme Latino-americano.

(1) Comentário

  1. Moro no Rio e acompanho o festival É Tudo Verdade há muitos anos. Ele não pode acabar.

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