O peso da mensagem de Edi Rock
Foto: Daryan Dornelles
CULT: O Racionais está completando vinte e cinco anos de estrada neste ano. O que cada um de vocês agrega individualmente para o grupo, tanto musical quanto pessoalmente?
EDI ROCK: Cada um é uma figura, um personagem. Cada um tem uma personalidade e um gênio diferente − e a soma dos quatro faz o grupo. O KL Jay vem com a sonoridade, ele é o maestro. O Brown vem com o comando, com a emoção, ele dá a rajada, atira sem pensar. O Ice Blue vem com o pânico na voz, a agonia na interpretação que é natural para ele, que tem uma voz aguda. Eu sou a razão.
E como era fazer rap no Brasil há vinte cinco anos?
Era divertido. Não que hoje não seja. Acho até que hoje é mais, porque hoje você é remunerado − é bem mais divertido ganhar pelo que faz. Mas, na época, era um sonho: de ser famoso, de tirar foto, dar autógrafo... Queríamos ser conhecidos. Quando você está começando, vai aos lugares que dão oportunidade e, geralmente, estes são as “portas estreitas”, as casinhas pequenas. No caso, o Clube do Rap juntava só os amigos, conhecidos, umas trinta pessoas. Como não éramos conhecidos, apareciam, no máximo, cem pessoas na festa. Ninguém ia, porque não conheciam o grupo. Cantávamos para cem ou cinquenta pessoas. Já cantei para dez.
Nos últimos anos, vocês lançaram algumas músicas soltas, como Mil faces de um homem leal (Marighella), Mente do vilão e Cores e valores, que mantinham a postura de crítica social que vocês trazem desde o começo da carreira. O que podemos esperar do novo disco de vocês?
Ainda estamos produzindo, escrev
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