A idade do reconhecimento
O poeta mineiro Murilo Mendes (Foto: Reprodução)
“Primeiros instrumentos hostis: serra, serrote, machado, martelo, tesoura, torquês: via‐os por toda a parte, símbolos torcionários”, aponta Murilo Mendes em A idade do serrote, livro de memórias em prosa lançado em 1968.
Junto a A idade do serrote, toda a obra do poeta modernista, nascido em Juiz de Fora em 1901, será relançada pela editora Cosac Naify. A reorganização possui coordenação do editor Milton Ohata e dos professores Júlio Castañon Guimarães e Murilo Marcondes de Moura. “O objetivo é fazer com que retornem às prateleiras das bibliotecas brasileiras os livros de Murilo Mendes. Os professores envolvidos fizeram um novo estabelecimento de texto, indicaram documentos inéditos ou perdidos em arquivo, escreveram posfácios novos e levantaram uma bibliografia atualizada para cada livro”, diz Ohata.
Há mais de vinte anos sem reedições no Brasil – a última edição completa de sua obra saiu em 1994 pela Nova Fronteira – Murilo Mendes teve grande importância dentro do modernismo brasileiro, como explica um dos coordenadores dos lançamentos, Júlio Castañon Guimarães: “Ele sem dúvida alguma está entre os grandes poetas brasileiros, os grandes nomes de nosso modernismo, ao lado de Carlos Drummond e Manuel Bandeira, ao lado de João Cabral de Melo Neto. Não se pode falar de conhecimento da poesia brasileira sem que se tenha conhecimento de sua obra, o que é mais do que suficiente para justificar a necessidade de que ela esteja disponível em novas e boas edições”. Ainda assim, o fato de Murilo Mendes ter perambulado
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