Derrida e a arquitetura

Derrida e a arquitetura
O pensador Jacques Derrida (Arte Arturo Espinosa)
  A história da filosofia tem demonstrado sempre intersecções de interesse com a arquitetura, por exemplo, a filosofia procurando mostrar a arquitetura como uma forma estética na obra Aesthetics, de Hegel, ou o conceito de espaço na filosofia e a plástica do século 20, presentes na famosa conferência de 1951, “Bauen-Wohnen-Denken” (Construir, Habitar, Pensar), de Heidegger. Mais recentemente, coube a Jacques Derrida, o “filósofo da desconstrução”, esse papel articulador entre arquitetura e filosofia, manifestado não apenas em textos e livros, mas com nítidas reverberações em parte da arquitetura, edificado nas últimas décadas pelas mãos de importantes e renomados arquitetos como Bernard Tschumi, Rem Koolhaas e Peter Eisenman, e conhecido por arquitetura desconstrutivista. Derrida, em sua extensa obra, reafirma a importância da palavra escrita e a ­força do conceito como estratégias de expansão do pensamento e da disseminação ­dos significados. Em um movimento emancipatório, aponta-nos um caminho fecundo às especulações e experimentações estético-teóricas radicais e profundas (ver imagens), cada vez mais necessárias em virtude da “frágil” e a-teorética produção arquitetônica do final e início de séculos, ora subordinada às seduções tecnológicas, ora aos pastiches formais ou à “ditadura” da “composição equilibrada” e da inviolável forma pura. Pensar com conceitos, ameaçando as “verdades” históricas e estruturas estáveis vigentes através de um potente questionamento do “senso-

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