Prêmios Nobel simulam funeral em protesto aos cortes em pesquisas
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Mais de 100 cientistas britânicos participaram de uma procissão simulando um funeral Vitoriano em protesto contra cortes de investimentos em diferentes áreas de pesquisas científicas.
O EPSRC, conselho britânico de pesquisas científicas, anunciou cortes nos fundos de pesquisas devido aos efeitos da inflação.
A maior parte dos manifestantes era composta por químicos orgânicos, mas haviam também cientistas das áreas da física e matemática. A procissão ocorreu diante do Parlamento na manhã desta terça, antes de entregar uma petição assinada pelos membros e depositada dentro de um caixão.
Eles argumentam que as decisões de financiamento estão afetando pesquisas fundamentais e alegam que se a política atual – que requer subvenções aos pesquisadores prevendo os benefícios de suas pesquisas com antecedência – tivesse operado no passado, não teríamos desenvolvido, por exemplo, a penicilina.
A procissão marcou também a criação de um novo grupo chamado “Ciência para o Futuro”, contando com a participação de nove Prêmios Nobel, que escreveram uma carta pedindo ao governo uma reforma estrutural na EPSRC.
O Professor Anthony Barret, diretor do grupo “Ciência para o Futuro”, afirmou ao jornal The Guardian: “Se não tivermos sucesso, o futuro da ciência britânica e da indústria será irreversivelmente danificado, mergulhando de volta para a Idade das Trevas”.
O EPSRC emitiu uma declaração dizendo que “está empenhada em garantir que o Reino Unido continue a ter uma reputação invejável em pesquisa internacional”.
Segundo James Wilsdon, professor de Ciência e Democracia na Universidade de Sussex, “não há possibilidades de mudanças na política da EPSRC antes de uma nova eleição”.