Construções oníricas
O neurocientista Sidarta Ribeiro, autor de 'O oráculo da noite: A história e a ciência do sonho' (Foto: Elisa Elsie)
A ciência brasileira enfrenta hoje um dos momentos mais difíceis de sua história, – senão o mais difícil – diante dos ataques à educação, à cultura e à ciência promovidos pelo governo Bolsonaro naquilo que se convencionou chamar de “guerra cultural”. A paranoia fundada por um dos ideólogos do governo, Olavo de Carvalho, baseia-se na ideia de que os militares, durante a ditadura (1964-85), não fizeram o serviço completo de erradicação da esquerda, por não a terem excluído da academia, da imprensa e da cultura – como se não tivesse havido censuras, prisões, assassinatos, desaparecimentos e perseguições a esses agentes ao longo daqueles 21 anos.
Nessa conjuntura, o neurocientista Sidarta Ribeiro tem sido uma das vozes mais ativas do Brasil em defesa da ciência, da tecnologia e da inovação e, sobretudo, de um projeto de país. “As pessoas estão normalizando o absurdo. As forças executivas estão solapando a democracia e as instituições e criando uma situação de muita insegurança, sobretudo para quem está na base da pirâmide social. Precisamos criar uma frente ampla e democrática no país e isolar o fascismo.”
Formado em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (UnB), com doutorado em Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller (EUA) e pós-doutorado em Neurofisiologia pela Universidade Duke (EUA), Sidarta é cofundador do Instituto do Cérebro, ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e autor de O oráculo da noite: a história e a ciência do sonho (Companhia das Letras, 2
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