Sexualidade, corpo e desejo em Walter Benjamin

Sexualidade, corpo e desejo em Walter Benjamin
O filósofo, ensaísta, crítico literário, tradutor e sociólogo alemão Walter Benjamin em 1938 (Reprodução)
  Os temas do corpo, do amor, do erotismo, das relações de gênero e do papel das prostitutas, na obra de Benjamin, já suscitaram alguns estudos. São temas que, de fato, percorrem sua obra desde os primeiros escritos, quando o Benjamin ainda estudante e militante em uma das facções (a mais radical, dizia-se!) do Movimento de Juventude, defendia a necessidade de uma “cultura erótica” e a afirmação de uma “eticidade da prostituta”. Para Sigrid Weigel haveria três diferentes momentos – que se aproximam, articulando-se, mas também que se distanciam – na obra de Benjamin a respeito dessa questão: o inicial, na juventude, sob o signo da dualidade entre criação e procriação, na qual a prostituta, por recusar-se ao “destino” da mulher como esposa e mãe, destrói a “fachada” das belas construções burguesas; um segundo momento, no qual ele situa os relatos da Infância berlinense, onde a prostituta, em contraste com a figura da mãe, abre o caminho para a constituição de um saber sobre o Outro, em especial sobre o próprio corpo (esse Outro que nos é o mais próximo!) e um terceiro momento, no qual esse saber sobre si mesmo, mediado pela prostituta, se alarga em direção à cultura, tal como nos mostra um dos cadernos do Trabalho das passagens. Em um dos relatos que compõem a Infância berlinense por volta de 1900, intitulado “Mendigos e prostitutas”, Benjamin nos conta seus passeios na cidade, com a mãe e, ao mesmo tempo, sua resistência ao poder materno, andando sempre alguns passos atrás dela. Assim ele podia experiment

Assine a Revista Cult e
tenha acesso a conteúdos exclusivos
Assinar »

TV Cult