Propagando Chico Science
Memorial em PE homenageia símbolo do Manguebeat
Há 13 anos o Brasil perdia um importante símbolo da música. No dia dois de fevereiro de 1997, Chico Science morreu em decorrência de um acidente de carro em Olinda, mas apesar do falecimento precoce, ele entrou para a história cultural do país. Como forma de homenagear o fundador do Manguebeat, que completaria 44 anos em março, o Memorial Chico Science (MCS) realiza a Semana Chico Science Propagando.
“O nome da semana é ‘propagando’ justamente para passar adiante e discutir assuntos que surgiram nos anos 1990. A proposta é que todo ano o Memorial faça um evento que possa dialogar com o tema que envolve o Manguebeat”, diz Adriana Vaz, gerente de serviços do MCS. O movimento artístico se desenvolveu no Recife e pretendia transmitir e divulgar tradições regionais: “A ideia do Chico era pegar elementos de raiz e transformar. Era uma forma de mostrar um pouco da cultura do Recife, o que foi muito instigante para a região Sudeste”. Adriana ressalta que o manguebeat foi um evento descentralizado, já que não foi fruto de manifestações do eixo Rio-São Paulo.
A dissociação da produção cultural nacional e a valorização da arte brasileira de raiz são temas dos debates realizados pelos convidados. No evento, estarão presentes estudiosos do Manguebeat e pessoas públicas, como o secretário de cultura do Recife, Renato Lins e a professora doutora Ângela Pryston, da Universidade Federal de Pernambuco. Além das palestras, haverá um Laboratório de Computação e Arte, cujo objetivo é explicitar o uso da computação aliado a fins artísticos.
Segundo Adriana, é importante manter o debate sobre produções artísticas e a ressonância do Manguebeat na contemporaneidade, já que “com relação aos anos 90, o cenário mudou muito. O que reverbera dos anos 1990 é a vontade de fazer música e as pessoas têm feito por meio de seus próprios meios, sem precisar ir a gravadoras. Desde lá Recife nunca mais foi a mesma”.
Semana Chico Science Propagando
LaboCA – Laboratório de Computação e Arte
Até 26 de março
das 13h às 17h
Seminários
– Valorização pop da arte brasileira de raiz. Estratégia de superação da dicotomia entre cultura pop e cultura popular.
Renato L. (Secretaria de Cultura do Recife – PE)
Gilberto Monte (Fundação Cultural do Estado da Bahia/SecultBA – BA)
Quarta-feira (24), às 19h
– Descentralização da produção cultural nacional. Ruptura da noção de centro e periferia.
Ângela Pryston (UFPE – PE)
Rodrigo Brandão (Mamelo Sound System – SP)
Sexta-feira (26), às 15h