Projeto de educação depende de projeto de país

Projeto de educação depende de projeto de país
(Foto: Liz Dorea)
  É comum o debate sobre educação se dar de forma isolada e, no caso de países como o Brasil, se reduzir à constatação dos péssimos resultados e a elaboração de propostas para melhorá-los. No entanto, as propostas para a educação de um país devem ser orientadas por um projeto que defina claramente a visão que se tem sobre o presente e o futuro que se almeja alcançar. Sem isso, as propostas giram em falso – melhorar a formação do professor, definir bases curriculares, ampliar jornadas escolares... – ou reduzem-se a aspectos absolutamente específicos e de pouca relevância – definir o método de alfabetização, entregar a gestão das escolas à polícia militar, proibir o debate de determinados assuntos, liberar o ensino a distância, o ensino domiciliar... Se não sabemos para qual projeto de país queremos formar a próxima geração, como podemos saber qual é a formação necessária do professor? Ou o papel do professor? Qual deve ser o currículo? O tamanho da jornada escolar? Presencial ou mediada por tecnologias? Qual o papel da família, da escola e de todas as demais instituições? Na ausência de um debate público do país que queremos construir, assumimos que o desejado é atingir o nível dos países desenvolvidos. Seguindo nosso complexo de vira-latas, em 2005, definimos como objetivo a ser atingido em 2022 que nossos estudantes tivessem um desempenho medíocre no ranking dos países desenvolvidos. Para tanto, copiamos os modelos já implementados no hemisfério Norte, mesmo que já tenham sido descartados lá. Foi assim que i

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