Professor no mundo coberto de “lives”
(Foto: Marcus Steinmeyer)
A drástica redução tecnológica que a pandemia impôs a encontros presenciais – das velhas salas de aula a velhos ambientes de pesquisa e de intervenção cultural – parece agora propiciar o surgimento de muitas novidades especialmente alinhadas com a reprodução de usos e costumes do ensino e da aprendizagem mercantis. Difícil dizer que, com o pandemônio de tamanha redução, fermentassem novas e genuínas práticas de estudo, mobilizações da inteligência tais que estivessem fora da vala comum do telespectador melodramatizado e, ao mesmo tempo, teleguiado pelo efeito-câmera de um tipo de televisionismo ostensivo. Problemas da hora. Cuja formulação, no entanto, precisaria levar em conta o que pode haver de providencial no registro fidedigno da efêmera fala falada em aulas ou palestras presenciais, assim como no da fala falante em modos ampliados de acesso a um público maior.
Ocorre que só por fazer o que sempre tem feito há mais de 50 anos, o professor Paulo Arantes vai se tornando o interlocutor de uma legião de jovens que, no Brasil e fora dele, estudam ou se interessam pela amplitude e ousadia de perspectivas que, com suas aulas-live, seguem interrogando radicalmente o tempo e o mundo em que ainda vivemos.
Será suficiente destacarmos, aqui, algumas dessas perspectivas mais diretamente ligadas ao que elas haveriam de se tornar, se acaso fossem sugestões de estudos, inaugurassem programas de leitura e pesquisa, fomentassem planos de investigação e possibilidades de aprofundamento. Contrariando o receituário do que deve ser o gêner
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