Por que sofre a mulher que luta?
Edição do mês
Eunice Paiva, em foto da década de 1970 (reprodução)
Arepercussão e a atualidade política do filme Ainda estou aqui, de Walter Salles, são tamanhas que o discurso proferido no evento do dia 8 de janeiro deste ano pelo presidente Lula fez alusão a ele: “Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023 . Estamos aqui porque é preciso lembrar. Para que ninguém esqueça. Para que nunca mais aconteça”. Em um país em que alguns ainda bradam pelo retorno do regime militar, manter viva a memória da violência da ditadura e conhecer os seus personagens é absolutamente essencial para escaparmos à repetição da História como farsa.
Assistimos ao país e ao mundo se emocionarem com a história de Eunice Paiva, cuja interpretação rendeu à atriz Fernanda Torres o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama, além de, até o momento em que escrevo, uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. A relevância da contribuição de Eunice como defensora dos direitos humanos para o fortalecimento do regime democrático no país foi reconhecida pelo Estado brasileiro por meio da instituição do Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia. Ressaltamos a importância desse reconhecimento como uma medida que se opõe ao desmentido social de que falaremos mais adiante. Pensamos, no entanto, nas tantas Marias, Marielles e Eunices que estão hoje nas trincheiras e cujas histórias e lutas não conhecemos. Este artigo é sobre elas: as mulheres defensoras de direitos humanos
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