Arte como invenção
O diretor cultural Paulo Herkenhoff (Foto Thales Leite)
Diretor cultural do recém-inaugurado MAR – Museu de Arte do Rio, Paulo Herkenhoff foi diretor do Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro e curador-chefe do MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Dentre os vários cargos de coordenação e direção de coleções e instituições de arte que exerceu, destacam-se as curadorias do MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York – e da Fundação Eva Klabin Rapaport, e as consultorias da Coleção Cisneros (Caracas) e da IX Documenta de Kassel, em 1991. Entre 1997 e 1999 assumiu a curadoria geral da 24ª Bienal de São Paulo quando orquestrou um panorama da arte contemporânea mundial pelo prisma da Antropofagia. Na entrevista a seguir, concedida a Cláudio Oliveira e Renato Rezende, Paulo analisa a evolução da arte brasileira no século 20, especialmente das vanguardas das décadas de 1950 e 1960 e suas consequências contemporâneas.
Você acha que o pensamento brasileiro mais radical, hoje, está sendo feito nas artes visuais?
Paulo Herkenhoff Eu acho que existe uma questão nas artes plásticas, para o bem e para o mal, que tem a ver com o fato de que, até o final dos anos 1890, elas foram muito baseadas na ação individual. Elas ganham certo imediatismo à medida que a pintura deixa de ser um processo de elaboração muito lento e passa a ter mais agilidade. É uma modernidade que se conquista de uma maneira rápida, muitas vezes porque basta um padrinho mandar a Anita Malfatti para a Alemanha. Essa é uma característica das artes plásticas. No processo brasileiro, ela se dá através de uma conju
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