Pardos no Brasil e os desafios para as políticas públicas

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Pardos no Brasil e os desafios para as políticas públicas
  No Brasil do século 21, raça passou a ser aglutinador de grupos em luta pela garantia de oportunidades e de direitos. Isto é, na edificação de fronteiras raciais que já não são apenas construídas para oprimir socialmente como no século 19 e na maior parte do 20, nem para resistir à opressão, como nas lutas dos movimentos negros, mas também, principalmente, para garantir a igualdade de oportunidades de vida. Com esse diagnóstico social, vale indagar: como podemos ler as classificações raciais brasileiras e suas oscilações ao longo do tempo e como elas se relacionam com as transformações das ideo­logias nacionais e os avanços de políticas e direitos no Brasil? Um caminho possível para analisar as dinâmicas de grupos e seus contextos históricos é ler, pelas lentes das estatísticas demográficas, o desenvolvimento da categoria pardo no país. Como evoluiu no Brasil o número de pessoas que se definem ou são definidas como pardas? A que se deveu tal dinâmica classificatória? Como as recentes políticas públicas que procuram beneficiar os negros, definidos como pretos e pardos, afetam ou são afetadas por tal evolução? Começo por lembrar os dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o modo como a população brasileira foi classificada racialmente ou se classificou de 1940 até hoje. No gráfico a seguir, podemos ver que, com exceção do intervalo entre 1991 e 2000, a população parda cresceu constante e regularmente. O que motivou tal crescimento e por que a oscilação ocorreu justamen

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