Palavra mórbida pela própria natureza

Palavra mórbida pela própria natureza
Fotografia de Adriana Valentin para o projeto Velada (Foto: Adriana Valentin)

 

Por Sandra Modesto

A insensatez do comportamento masculino desde que o mundo é mundo é assim:

Mulheres capachos. Homens carrascos. Histórias reais num universo feminino onde tudo acontece.

A gente sofre. A gente carrega nas costas as dores desse mundo macho tão perverso.

O chefe, o presidente, o parlamentar, o namorado, o amante, o marido e até muitas mulheres são machistas.

Há que ser levada em conta os primórdios tempos quando o homem saía pra caçar e as mulheres ficavam em casa. O homem provedor, a mulher submissa.

No século 21, no ano de 2019, somos mulheres diferentes. Poucos homens sabem o que são atitudes de elogio e o que é machismo. Pensam e agem com indiferença a tais comportamentos.

Elogiar é: “Você é linda de qualquer jeito”

Machismo: “Por que você não troca esse vestido?”

Homem que é homem não lava louça, não prepara comida, não passa roupa.

Isso é coisa de mulher. (?)

Mas as mulheres ajudam no orçamento familiar trabalhando o dia inteiro e quando chegam em casa, a divisão de tarefas inexiste.

O conceito de que as mães educam os filhos contribuindo ou não para o machismo é estrutural. Mães também educam as filhas para as mesmas serem machistas. Lamentável!

Meu filho não arruma o quarto. Não arrumo pra ele. Atualmente somos muito amigos e a relação é tão forte chegando ao ponto de ele me alertar atitudes machistas veladas.

Ando mantendo um diálogo tão inovador e enxergando o mundo de uma forma tão dinâmica, e apesar do quarto bagunçado do meu filho estou deixando boas referencias reais da perversidade machista.

Meu filho me incentivou quando decidi deixar meus cabelos brancos. Diz pra eu relaxar na minha paranoia de casa bem arrumada. Cara, meu filho me educando quando preciso.

Num relacionamento entre um homem e uma mulher juntos por um casamento, um namoro, um caso, a distinção dos comportamentos machistas é séria. Não adianta ficar com um homem e sofrer. Ter que fazer sexo sem vontade e não sentir prazer. Muitas mulheres engravidam pra prender o marido, salvar o casamento. Chega a doer minha alma essas histórias. Mas existem mulheres que pensam nessas possibilidades de casamento seguro aliadas ao desejo do parceiro provedor, ser pai.

Quem sou eu pra condenar? Nós, mulheres, precisamos lutar contra o machismo. Machismo leva a violência doméstica, aumenta o feminicídio e envaidece o patriarcado.

O debate está aberto. Necessitando de amor sem mordaças.

Sandra Modesto, 58, é mineira de Ituiutaba, graduada em Letras, casada, detesta machistas

 

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