Privado: O romance contra a História

Privado: O romance contra a História
Manifestantes em Benghazi (Líbia), cidade tomada pelos rebeldes Paulo Daniel Farah Os temas sociais abordados nas obras literárias, sobretudo nos romances, ajudam a compreender melhor o que se passa nos países árabes na atualidade e, de certa forma, preconizam as mudanças em curso. Embora o escritor egípcio Naguib Mahfuz nos recorde que “a literatura é, em sua essência, uma pergunta”, os caminhos que aponta permitem observar similaridades entre a representação fictícia e a realidade. Se o romance é um gênero revolucionário e, por definição, intolerante ao status quo, no contexto árabe os literatos retratam os principais dilemas que as sociedades da África do Norte e do Oriente Médio enfrentam. Apesar de não ser tradicional na literatura árabe, ele adquiriu grande popularidade no Oriente Médio no século 20, a partir da tradução da obra de romancistas europeus, a princípio, e da consolidação desse gênero em língua árabe promovida por Mahfuz, a posteriori. No Egito, na Líbia e na Tunísia, entre outros países, a literatura aborda temáticas políticas e socioculturais de cunho realista. Em A Revolução do Grande Deserto (?awrat al-sahrá al-kubra), Ibrahim al-Kawni aborda a situação política da região desértica da Líbia e alia descrições minuciosas dessa paisagem – muitas vezes vista, erroneamente, como monocromática à multiplicidade de fatores que caracterizam as relações políticas. Um dos autores mais consagrados de público e crítica dos últimos anos, o egípcio Alaa Aswany tornou-se conhecido com o romance O Edifíc

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Novembro

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