O quarteto PF Phillip & The Night Riders ganha projeção no exterior

O quarteto PF Phillip & The Night Riders ganha projeção no exterior
O quarteto PF Phillip & The Night Riders (Foto: Bree Hart/ Diculgação)

 

Estudar e viver de música em Londres é um sonho comum para muitos jovens. De Rolling Stones a Sex Pistols, são diversas bandas e músicos de renome mundial que se formaram nas ruas londrinas, dando à capital inglesa status de capital mundial da música.

O músico e  compositor  PF Phillip, brasileiro de 23 anos, há três, decidiu mudar-se para   Londres, aperfeiçoar seus conhecimentos musicais em escolas inglesas e construir uma carreira. “Vim para Londres por causa da rica história da cena musical do Reino Unido, de onde saíram várias das minhas bandas preferidas, como Dire Straits, os Beatles, Rolling Stones, David Bowie e, mais recentemente, Radiohead e Arctic Monkeys”, conta à CULT o músico que, além da guitarra, usa a voz e a gaita como instrumentos.

Em 2016, Phillip conheceu o guitarrista Gabe Coulter, o baixista Sandro Giacometti e o baterista Sam Roberts e, juntos, criaram  a banda PF Phillip & The Night Riders, com a qual começaram uma série de apresentações:  primeiro em casas menores, em noites de “microfone aberto”, e depois em espaços mais famosos, como The Finsbury, The Troubadour e The Old Queens Head. Em 2017, o quarteto lançou seu primeiro single, Losing Touch, e começou a tocar em festivais de música conhecidos – inclusive fora de Londres, sempre com grande público.  Isso levou à gravação de um segundo single   Your Lips Are for Kissing,  e aumentou a projeção da banda.

À CULT,  PF Phillip, fala sobre a sua vida na capital inglesa e suas referências musicais: 

 Quais as suas maiores referências ?

Artistas como Lou Reed, Leonard Cohen e muitos da cena nacional: Cazuza, Otto, O Rappa. No meu projeto com os Night Riders eu diria que nossas principais referências no momento, em termos de bandas, são The Strokes, Wilco e The War On Drugs.

Como foi começar a viver de música em Londres?

Em abril de 2018, completaram-se três anos desde que cheguei em Londres. A cidade é ideal para bandas e artistas novos, e há inúmeras oportunidades e locais para músicos amadores se apresentarem, desde bares, cafés, eventos de open-mic [microfone aberto], além das ruas, dos parques, do metrô. No início, antes de conhecer e formar a banda, fiz alguns shows solo em bares e cafés, e também cheguei a tocar em alguns eventos de open-mic.

Por que você escolheu estudar música  em Londres?

Escolhi vir estudar em Londres pela reputação que tem como metrópole aberta e multicultural, e também pelas ótimas escolas de música contemporânea que há por aqui. Mas principalmente, minha escolha se deu pela rica história de cena musical do Reino Unido, de onde saíram várias das minhas bandas preferidas, como Dire Straits, os Beatles, Rolling Stones, David Bowie e, mais recentemente, Radiohead e Arctic Monkeys.

Como sua carreira começou a decolar?

Desde o segundo semestre de 2016, quando me juntei aos meninos e começamos a nos apresentar regularmente, já fizemos dezenas de shows em Londres, alguns em outras cidades do Reino Unido, e estamos com a agenda bem cheia para os próximos meses e animados para alguns festivais que faremos no verão, também fora da cidade.

E os Night Riders, como começaram? 

Conheci Gabe, nosso guitarrista, em um curso que fiz antes de começar a faculdade e ficamos bons amigos. Além de ótimo compositor e cantor, ele também tem bastante conhecimento de produção e mixagem e produziu o demo de uma música minha que gravamos na sua casa, em Cambridge, no final daquele ano. Eu estava atrás de uma banda para me acompanhar e perguntei se ele se interessava em tocar guitarra e ele aceitou. Nosso baterista, Sam, eu conheci através de amigos do curso com quem ele tocava na época. O Sandro foi o último membro a entrar. Ele trabalhava no estúdio onde eu e o Gabe fazíamos o curso. Sabendo da sua reputação como ótimo baixista, perguntei se ele gostaria de entrar na banda. Para a minha surpresa, pois ele é um pouco mais velho do que eu e os meninos, atém de bastante ocupado, ele também aceitou de primeira, e assim começamos. Além de tocar baixo e a maioria dos outros instrumentos, ele é também produtor musical e engenheiro de som e responsável pela gravação e produção dos dois singles que lançamos até o momento.

Quais os maiores desafios enfrentados por vocês até agora?

Para bandas como a nossa, que apresentam material original, ainda sem o apoio de gravadoras, o pagamento dos shows, e o retorno financeiro em geral, são pequenos. Isso faz com que a maioria dos músicos nessa fase tenham que manter outros empregos para ajudar com as contas, como é o nosso caso no momento.

Ser brasileiro e tentar a vida com música no exterior parece ser difícil. Que dificuldades esta carreira traz?

Uma das principais dificuldades de tentar uma carreira em   país estrangeiro, independentemente da profissão, costuma ser a questão do capital cultural, que tende a se desvalorizar em outro território e cultura. Outro problema são os contatos que você tem que construir do zero.

Acho que, no meu caso, o maior desafio foi construir esses contatos, o que é um processo longo e contínuo, que envolve ir a shows, fazer shows, conhecer pessoas da indústria, desde promoters, agentes, diretores de gravadoras, blogueiros, outros músicos etc. Hoje em dia, percebo que tive muita sorte de formar  uma banda que não seja de músicos contratados, o que é uma das maiores dificuldades para músicos que começaram como eu, tocando solo.

No entanto, a cena musical por aqui é muito inclusiva e valoriza bastante influências externas. Além disso, no caso do rock alternativo, o incentivo, as oportunidades e a visibilidade para novos artistas acaba sendo muito maior do que no Brasil. Por isso acho que, apesar da enorme concorrência, que é de altíssimo nível, ainda é mais vantajoso para bandas como a nossa tentar a carreira por aqui.

Vocês preparam algo para os próximos meses? Algum projeto a longo prazo?

Estamos fazendo demos e pré-produção das nossas músicas que ainda não foram lançadas, que vamos compilar em um álbum ou EP, ainda vamos decidir. Vai depender, principalmente, se conseguirmos algum apoio financeiro externo, como de uma gravadora, o que ainda não temos.

O processo de gravar e produzir um álbum é bastante demorado e custoso, e como hoje em dia esse modelo perdeu muito a relevância – em favor de EPs com poucas faixas e principalmente singles, por causa da dominância do consumo de música através das plataformas de streaming – não vale a pena perder muito tempo e dispensar muito dinheiro em um álbum de 10 ou mais faixas, a não ser que haja um incentivo financeiro externo que, além de custear o projeto, garanta uma certa promoção do disco e maximize as chances de retorno financeiro.

De qualquer maneira, vamos lançar mais um ou dois singles ainda esse ano, e o álbum ou EP deve ficar para 2019.

Nossa agenda de shows está bem cheia essa ano e convido a qualquer leitor que estiver em Londres nos próximos meses a dar uma olhada na nossa página no Facebook e, se puder, comparecer a um show! Os ingressos são normalmente na faixa de 5 a 10 Libras e em geral há mais duas ou três bandas tocando na noite, dependendo do evento.

(1) Comentário

  1. A banda é fantástica. Todo o material ( músicas ) já produzido pela banda é muito bom. Logo os meninos terão reconhecimento não só no Reino Unido, mas também aqui, em terras tupiniquins.

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