O Brasil colonial por Pedro e Aukê
A historiadora Lilia Moritz Schwarcz (Foto: Divulgação)
Lilia Moritz Schwarcz fala sobre "Uma amizade (im)possível", livro infantil que narra o Brasil do século 16 a partir do encontro de dois meninos
“Ele é tão diferente e tão parecido comigo”, observa Pedro, o filho de um português recém-chegado ao Brasil, sobre Aukê, índio da aldeia dos tupinambás. Os dois se encontram no meio da floresta, na época do Brasil colonial, e começam uma amizade além da comunicação oral ou das origens. Essas diferenças, entretanto, não impedem que os meninos se tornem companheiros de brincadeiras, como demonstra a autora de Uma amizade (im)possível, Lilia Moritz Schwarcz.
De sua formação como antropóloga e historiadora, extraiu a temática da alteridade, com que sempre trabalhou: “Desde que eu estou na universidade, essa questão das diferenças é um tema meu, de pensar inclusão e exclusão, mistura e separação. Esse livro, é claro, faz parte de uma inquietação intelectual que eu sempre explorei”. A história de Pedro e Aukê também significa, para a autora, uma aproximação da Academia com o público, no intuito de “criar uma visão menos estereotipada dos povos que nos antecederam”. “Acho que esse é o desafio da nossa agenda cidadã”, explica Schwarcz.
Ao introduzir um glossário a Uma amizade (im)possível, a antropóloga acredita que haja suficiente “munição” para que pais e professores continuem pesquisando com os pequenos leitores a partir do tema inicial em discussão no livro. O objetivo é que pais e filhos “não se conformem com uma visão mais caricata”. Segundo
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