Privado: Lola, a flor proibida

Privado: Lola, a flor proibida
por Jacques Demy No início do curso de arquitetura na Universidade de São Paulo, entre seus dezoito e vinte anos de juventude pulsante, Cristiano Mascaro era um assíduo frequentador do tradicional Cine Bijou, um dos primeiros cinemas alternativos da cidade. O número 174 da Praça Franklin Roosevelt é lembrado pelo fotógrafo como um local de exibição de belíssimos filmes artísticos, destacando os brasileiros O grande momento (1958), de Roberto Santos, e São Paulo S/A (1965), de Luís Sérgio Person. Naquela época, o Cinema Novo, assim como a Nouvelle Vague, ilustrava a inquietação do movimento artístico cultural dos anos 1960, e foi o filme Lola, a flor proibida (1961), primeiro longa de Jacques Demy, que despertou um encanto apaixonado em Mascaro. Lola (Anouk Aimée) é a “prostituta light, longe de ser caricata”, que dança em um Cabaret na constante espera do retorno de Michel (Jacques Harden), namorado e pai de seu filho, já há sete anos na América. Ao longo da trama, Lola é requisitada por outros dois rapazes, Roland (Marc Michel), um amigo de infância, e Frankie (Alan Scott), um marinheiro serviçal da marinha americana. O filme, fotografado pelo francês Raoul Coutard, surgiu em uma época em que Mascaro já ambicionava ser fotógrafo, mas não de cinema. Ele conta ter sido influenciado para a fotografia também pela Nouvelle Vague, principalmente por querer se expressar da mesma maneira como faziam os artistas do movimento. “Era o clima todo. As imagens em preto e branco, o slow motion explorado gratuitamente e a linguagem nova, longe d

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