Jamais aprisionarão as mentes
Garantir o aumento do acesso e a permanência dos jovens negros na universidade é um dever social, assim como acabar com os desafios da juventude negra no espaço acadêmico
A crise econômica, política e institucional que assola o país por ganância, por falta de moral, decência e dignidade, faz com que todos queiram imergir em um mar de conservadorismo, achando que para dar um jeito no país deve-se açoitar ainda mais o povo, aprofundando ainda mais as desigualdades sociais.
O golpe foi dado justamente para isso. O povo foi enganado e a hipocrisia venceu. Digo que enganaram as pessoas porque a justificativa era a corrupção, mas todos que atacaram Dilma estão presos ou estão sendo presos. Ela está livre, sem nenhuma acusação. Temer é acusado, e nomeia ministros acusados.
O alvo do processo nunca foi a presidenta. Quem eles queriam atingir era mesmo o povo e tudo aquilo que diminuiu o abismo socioeconômico entre o rico e o pobre. Querem um Brasil colônia, governado pelos Machismos, Racismos e LGBTfobias.
A grande preocupação, hoje, é o desafio da permanência da juventude negra na academia, um espaço em que o racismo cultural e institucionalizado tem se apresentado cada vez mais. É sabido que a universidade no Brasil não foi moldada para prestar um serviço universalizado, mas para ensinar os filhos das elites brancas e perpetuar o modelo de dominação escravagista.
Quem ainda tem essa mentalidade sobre o ensino superior no nosso país enxerga a entrada da população negra como uma ameaça a um espaço que consideram privativo, exclusivo. Os que tiveram condições de pagar cursinho, de estudar em colégios privados e de não conciliar estudos com o trabalho estariam sendo “lesados”.
Garantir o aumento do acesso e a permanência dos jovens negros na universidade é um dever social, assim como acabar com os desafios da juventude negra no espaço acadêmico. Mais do que nunca, agora é hora de luta contra o retrocesso. Vão tentar aprisionar os braços, mas jamais aprisionarão as nossas mentes.