A tentativa de imbecilização de professores e alunos

Por Sandra Regina Felgueiras

Há décadas, sendo eu professora chamada “primária” à época, fui convocada para participação no DEC (antiga nomeação das regionais da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro) para um “curso de atualização”. Não era escolha. Eu trabalhava em Ricardo de Albuquerque, perto de Nilópolis, no Rio de Janeiro.

Ao lá chegarmos, fomos distribuídos em grupos para debater e responder questões, que não deixavam de ser interessantes. Só que… nos entregaram um impresso da chamada “instrução programada” (a moda da época) em que constavam as respostas esperadas. Meu grupo terminou em cinco minutos, pois as respostas já estavam lá, muito antes de qualquer discussão.

Como de praxe – pois muitas vezes quem concorda ou discorda delega ao outro o que pensa/sente/elabora (ou nada disso) -, fui escolhida para apresentar o resultado de nossa discussão.

No dia seguinte, ao entrar na escola, fui informada pela diretora da mesma que o DEC tinha feito queixa de mim como “perturbadora”. Também acrescentou que o DEC informou que tinha havido um erro da equipe do DEC ao imprimir e distribuir o que possivelmente seria uma “instrução” para a equipe.

Sem mais comentários.

Sandra Regina Felgueiras, 72, é professora aposentada no Rio de Janeiro – RJ