Hermenêutica da obra de arte

Hermenêutica da obra de arte
O filósofo alemão Hans-Georg Gadamer (Reprodução)
“De acordo com sua definição originária, a hermenêutica é a arte de explicar e de meditar, com base em um esforço interpretativo, o que é dito pelos outros e o que vem ao nosso encontro no interior da tradição, sempre que o que é dito não é imediatamente compreensível.” Hans-Georg Gadamer A publicação de Hermenêutica da Obra de Arte, de Hans-Georg Gadamer (1900-2002), preenche uma lacuna na bibliografia sobre estética no Brasil. Trata-se de um conjunto de textos que cobre o período de 1943 (com “Hölderlin e a Antiguidade”) até 1990 (com “À Sombra do Niilismo”). Além de programáticos sobre a questão da hermenêutica como método – o lugar de Gadamer nesse percurso está bem tratado na introdução –, encontramos no conjunto de ensaios duas dinâmicas: a primeira diz respeito aos temas da estética clássica, a partir de onde Gadamer dialoga criticamente com a tradição, retomando conceitos como a imitação, o belo e a representação, recorrendo a filósofos seminais, de Platão a Kant, de Aristóteles a Nietzsche. A segunda é o enfrentamento de algumas obras de arte modernas, de Juan Miró a Rilke, de Picasso a Mallarmé (falta um índice onomástico que pudesse guiar o leitor em meio às referências). Sua retomada dos conceitos clássicos não se faz como um mero exercício erudito. Já no primeiro texto podemos ler que “a realidade da obra de arte e a sua força enunciativa não podem ser reduzidas ao horizonte histórico original no qual o observador vivia efetivamente ao mesmo tempo que o criador da obra” (“Esté

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