Governamentalidade e terrorismo de Estado

Governamentalidade e terrorismo de Estado
O filósofo francês Michel Foucault em seu escritório (Bruno de Monès/ Latinstock)
  O domínio da filosofia política é o que tem sido verdadeiramente desafiado a responder a questões difíceis levantadas pela violência política, pelas guerras, pelos campos de concentração, pelos campos de extermínio e pelos assassinatos indiretos causados pela gestão burocrática da economia e da vida das pessoas. As duas guerras mundiais, as continuadas guerras imperialistas, as perseguições políticas em todo o mundo, inclusive na  América Latina e no Brasil, as práticas de eliminação de grupos sociais, o descaso no suporte e auxílio a doentes, pobres e necessitados, são alguns exemplos em uma lista extensa de desmandos e excessos de poder. No mundo contemporâneo, razão científica e tecnológica podem conviver com a irracionalidade política, o que não deixa de ser um fato paradoxal, uma vez que a ciência e a tecnologia trouxeram também benefícios e contribuições positivas para a vida de muitas pessoas. Por este motivo, Michel Foucault procurou analisar as diversas técnicas de poder que foram sucessivamente praticadas no mundo ocidental nos últimos séculos. As técnicas de poder que Foucault analisou resultaram no que o filósofo denominou de “governamentalidade”: um conjunto de técnicas de gestão da população e dos agentes econômicos que resultam em contextos de poder propriamente contemporâneos, não podendo ser confundida com a soberania que preocupa-se, sobretudo, com o controle e manutenção do poder do soberano sobre o povo ou cidadãos. O poder na modernidade é realizado por várias instituições e muitos

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