FLIP à parte
Marília Kodic
“Que pena! Fosse uma manhã de sol…”. O verso é de Oswald de Andrade, homenageado da 9ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, tirado do poema “Erro de português”, mas cabe perfeitamente para o clima da Veneza brasileira nos últimos dias: a temperatura em Paraty está bem abaixo da média anual de 27º C, e nada propícia para passeios de escuna e trilhas que levam a belas cachoeiras. Mas, mesmo que desse praia, a atmosfera da cidade sugere outro caminho: aproveitar o intenso burburinho cultural que toma conta das ruas de pedra durante os dias literários de FLIP.
De uma variedade de eventos pensados especialmente para a Festa, destaca-se a programação da Casa SESC – espaço de exibição de filmes, apresentações de teatro e debates com autores. No sábado, o dia começa às 10h, com exibição de São Bernardo, filme do cineasta brasileiro Leon Hirszman, expoente do Cinema Novo, inspirado na obra homônima de Graciliano Ramos; e conta ainda com espetáculo do grupo Teatro que Roda, às 14h, e lançamento dos livros vencedores do Prêmio SESC de Literatura 2010, às 18h. No domingo, o destaque é a projeção do filme Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, baseado no romance de Raduan Nassar.
Outros eventos paralelos incluem a roda de chorinho que acontece todas as noites, às 20h, na Casa do Instituto Moreira Salles, que também abriga uma exposição de fotografias de Thomaz Farkas, e os debates na Casa de Cultura, por onde passam escritores como João Paulo Cuenca e Luiz Ruffato. Para ver a programação paralela completa, acesse: www.paraty.com/offflip.