Eu voto pelos direitos humanos

Eu voto pelos direitos humanos

Você já ouviu falar do #MeRepresenta, plataforma que divulga o compromisso de candidatos a vereador por todo o Brasil com temas fundamentais de direitos humanos?

A verdade é que os direitos humanos não são mais assunto restrito a técnicos, tribunais, gabinetes, legislações ou políticas públicas. Ao contrário disso, eles também ocuparam rodas de conversas informais, mesas de bar, almoço em família, aulas escolares, programas de televisão, movimentos sociais, papos aleatórios nos metrôs e ônibus. Enfim, tornaram-se um dos temas prediletos da política contemporânea.

Para o bem e para o mal, essa profusão de diversos discursos em torno dos direitos humanos também significou, ao mesmo tempo, uma banalização dos seus termos. Por exemplo, o pensamento conservador, esquecendo-se da íntima relação entre liberalismo e a emergência dos direitos humanos, passou a associar esse repertório de garantias aos bandidos (“direitos humanos são coisa de bandido”) ou a restringir sua aplicabilidade apenas a uma categoria determinada de cidadãos (“direitos humanos para humanos direitos”).

Não é diferente, agora, durante as eleições. Neste domingo, escolheremos os prefeitos e vereadores que governarão, pelos próximos quatro anos, todas nossas cidades brasileiras. Em todo processo de escolha direta na democracia, a política parece ser intensificada e condensada. Não por acaso, os debates em torno dos direitos humanos são ainda mais presentes nesses momentos.

Mas por que é importante decidir ou ao menos ponderar o voto com base nas promessas e realizações no campo dos direitos humanos?

Basicamente, porque direitos humanos são uma arena em disputa entre visões de mundo e de sociedade. Apesar da apropriação conservadora recorrente, os direitos humanos são mobilizados nos discursos e ações políticas dos movimentos sociais para ampliar dimensões de igualdade, diversidade e justiça social. É com a inscrição dos direitos humanos nas políticas públicas, nas leis e nas decisões judiciais que uma série de avanços para setores vulneráveis, como as mulheres, negros e as pessoas LGBT, foi possível. Não por outra razão, o bloco religioso fundamentalista e demais setores conservadores elegeram como alvo prioritário os temas de direitos humanos.

Assim, é muito bem-vinda e necessária a iniciativa da plataforma #MeRepresenta nestas eleições, que busca apresentar aos eleitores o grau de compromisso dos candidatos a vereador em relação a temas de igualdade de gênero, racial, de orientação sexual e identidade de gênero. Assim os eleitores poderão encontrar os candidatos com que têm mais afinidade nos temas mais tradicionais dos direitos humanos.

Fruto de uma parceria entre entidades e coletivos tais como #VoteLGBT, #AgoraéQueSãoElas, a Rede Feminista de Juristas (#DeFEMde), a Rede Nossas Cidades (Meu Rio, Minha Sampa, Minha Porto Alegre e Meu Recife), a organização não governamental CFEMEA e o grupo LGBT Brasil, o #MeRepresenta já foi acessado por mais de 100 mil eleitores por todo o Brasil.

Você já deu uma olhada lá antes de decidir o seu voto nas eleições municipais deste domingo? Você não quer eleger vereadores machistas, racistas ou LGBTfóbicos, quer? Eu não quero. Então passe lá e use a plataforma, pois ainda há tempo e é mais do que urgente melhorarmos a qualidade da nossa representação política: http://merepresenta.org.br/

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Novembro

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