Eu é um outro
De um lado, a juventude figura como o maior objeto de desejo da sociedade contemporânea, recuperada de modo provisório através de cirurgias plásticas e tratamentos estéticos.
De outro, é um dos períodos mais turbulentos e potencialmente problemáticos da existência humana. Exemplo mais cruel foi o massacre ocorrido no mês passado em uma escola estadual do bairro do Realengo, no Rio de Janeiro. O atirador, que se suicidou em seguida, provavelmente foi vítima de bullying na infância e na adolescência.
Esses dois aspectos aparentemente contraditórios da juventude – precisamente o que faz dela um mito contemporâneo – são discutidos em artigo do psicanalista Joel Birman. Tema recorrente em filmes como Kids, de Larry Clark, ele irá atingir seu ápice no cinema de Gus Van Sant, em especial em Elefante – objeto de análise do crítico Cássio Starling. Já Silviano Santiago e Ricardo Musse abordam sua representação na literatura e na filosofia, respectivamente.
A TV, claro, também tratou do assunto em várias ocasiões. A mais recente e polêmica é o seriado britânico Skins, cuja versão americana tem escandalizado a opinião pública do país. Em entrevista à CULT, o roteirista tenta explicar o porquê.
Das grandes representações para a prática: um dos principais especialistas americanos em bullying explica a natureza desse fenômeno. Para Frank Sacco, ele tem uma natureza intrinsecamente teatral.
E, num exercício de rara sensibilidade e imaginação, os escritores Leonardo Fróes e Beatriz Bracher refletem sobre como é ser jovem… 50 anos atrás e daqui a 50 anos.