A reintegração de posse de Erica Malunguinho na Alesp

A reintegração de posse de Erica Malunguinho na Alesp
Ao centro, a deputada estadual por São Paulo, Erica Malunguinho (Foto Paloma Vasconcelos / Ponte Jornalismo)
  Quinze de março de 2019, sexta-feira, dia de Oxalá. De branco, com um xale de crochê e contas prateadas, uma mulher serena protagonizava a cena. Com dreads estruturados em rabo de cavalo por um arame e o leque ocre em uma das mãos, Erica Malunguinho, eleita com 55.423 votos, chegava à concentração do cortejo que a levaria para sua posse como deputada estadual de São Paulo. Reintegração de posse, como prefere dizer. Acompanhada da mãe, do irmão e de uma tia, encontrou militantes dos movimentos negro e LGBT, e parte da bateria e do corpo de dança do bloco afroafirmativo Ilu Inã. Com Exu, dançou ao som dos tambores, agogôs e xequerê, abrindo caminhos para o cortejo. Das cerca de cem pessoas que a acompanhavam, a maioria vestia branco. E entre os cartazes “Quem matou Marielle?”, “Poder pro povo preto”, “Travestis vivas”, “Mestre Moa presente”, havia também o verso da cantora e compositora Luedji Luna: “Oxalá quem guia”. A equipe da mandata quilombo, composta primordialmente por mulheres pretas, também estava de branco, com vestidos e macacões assinados por estilistas pretas. Os cabelos trançados, com dreads, turbantes ou black power. Reafirmação da beleza e da estética preta no projeto político-pedagógico a que se dedicam. Nas fotos posadas, primeiro carão. Depois, punhos erguidos, em afronta. Com um vestido da estilista baiana Mônica Anjos, a chefa de gabinete da mandata zelava por tudo. Com mestrado pela UnB, a internacionalista Sandra Silva teve uma trajetória profissional toda estabelecida junto a movimentos socia

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