Éric Laurent – O corpo falante

Éric Laurent – O corpo falante
O psicanalista francês Éric Laurent (Reprodução)
   A um jovem que hesitava em encarar uma análise, o psicanalista francês Jacques Lacan, para marcar o término das entrevistas preliminares (aquele período a que chamamos de “tratamento de ensaio”), diz-lhe mais ou menos o seguinte: “Todos acabam sempre se tornando um personagem do romance que é a sua própria vida. Para isso não é necessário fazer uma psicanálise. O que esta realiza é comparável à relação entre o conto e o romance. A contração do tempo, que o conto possibilita, produz efeitos de estilo. A psicanálise lhe possibilitará perceber efeitos de estilo que poderão ser úteis a você”. O jovem em questão era Éric Laurent. A primeira coisa que lhe salta aos olhos, naquele momento, é que a obra parece vir antes do autor e ficar esperando por ele, que pode, inclusive, chegar tarde demais. Passadas algumas décadas, podemos dizer com convicção que Lacan estava certo: a análise proporcionaria “efeitos de estilo” extremamente úteis àquele que se tornaria um dos mais célebres psicanalistas da atualidade. Tendo feito sua formação analítica com Jacques Lacan, Éric Laurent acompanhou seu ensino nas diferentes instituições por que passou: do Hospital de Saint-Anne à Escola Freudiana de Paris e depois na fundação da Escola da Causa Freudiana. Sua bagagem intelectual permite-lhe incluir, com rigor e inventividade, a psicanálise no debate dos desafios contemporâneos tais como a violência, o racismo, a ciência e a tecnologia. Colocou o debate da psicanálise com as ciências cognitivas em outro patamar, assim como enf

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