Dossiê | Uma hora de literatura nova

Dossiê | Uma hora de literatura nova
Arthur Rimbaud foi um poeta francês nascido em 1854 e morto em 1891 (Foto: Reprodução)

 

Quando o mundo era cento e tantos anos mais moço, o horizonte de expectativas esteve à altura de Rimbaud, do seu projeto poético e da sua realização. Bem longe do bom-mocismo.

Dos descaminhos da vida ausente até o chamado para mudar a vida, do princípio ao fim, o poeta estampa o tema da divergência e da ruptura. Elabora, por exemplo, a recordação de infâncias clandestinas. Posiciona-se à margem, na vigília sedenta dos operários, no sonho embriagado dos vagabundos.

A suspensão das modernizações conservadoras, de seus pesos e desmedidas, abre perspectivas repletas de novas claridades. Desde a Primavera de 1871. Em suspenso, o mundo achatado e descorado, entretido pelo diversionismo. Em suspenso, o espetáculo dos horrores econômicos nos limites da simples alucinação.

Com o estudioso do desregramento ampliado, a lógica da insatisfação apresenta conteúdo emancipatório: aprende-se a desembaraçar imaginação e rebeldia, pensar formas ativas de liberdade, dizer adeus ao confinamento. Aprende-se, sobretudo, a irmanar linguagem e ação.

Pensando nessas questões, a Cult oferece ao leitor o presente dossiê:

Sob o signo da insatisfação, por Lucas Bertolo e Silvio Rosa Filho
Rimbaud, o rebelde, por Claudio Willer
Infância clandestina, por Denilson Soares Cordeiro
Os mundos suspensos de Rimbaud, por Lucas Bertolo e Silvio Rosa Filho
Imaginação e revolução, por Anderson Gonçalves
O sonho de Bismarck, por Arthur Rimbaud

Sílvio Rosa Filho é professor de filosofia na Universidade Federal de São Paulo, autor de Eclipse da moral: Kant, Hegel e o nascimento do cinismo contemporâneo (Discurso Editorial & Barcarolla)


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