Do Big Bang às redes sociais
Jaqueline Gutierres
“Agir sem amar não faz sentido. Assim como amar sem agir é irrelevante”. Com essa afirmação, Deepak Chopra recebeu fortes aplausos da plateia, durante a palestra “Cura, transformação e consciência”, que abriu a programação do Congresso Literário da VII Fliporto, na noite de ontem. Em pouco mais de uma hora, o médico e escritor indiano falou sobre a criação do mundo, levou a plateia a meditar e discursou a favor das redes sociais.
Citando o Big Bang, Chopra falou sobre a conexão entre os seres humanos e a criação do universo. “Nós, hommo sapiens, existimos há milhares de anos, porém o que nos compõe já existia desde a Grande Explosão”. Segundo o médico, a composição se mantém a mesma, mas os átomos, que define como flutuações de energia, estão sempre se modificando. Para ilustrar, brincou: “O meu corpo que está aqui no Brasil não é o mesmo que estava ontem viajando para cá. O terno que visto é mais antigo do que ele”.
Para falar sobre a necessidade da consciência de si e do universo, Chopra interagiu com a plateia. Primeiro, pausou sua fala, pedindo que todos tentassem ficar conscientes da ação de escutar. Minutos depois, levou o público à prática da meditação. “Descruzem as pernas, fechem os olhos e abram as mãos com a palma virada para cima.” Pediu que todos atentassem às batidas de seus corações e repetissem algumas questões, como “quem sou eu?”, “o que eu quero?”, “o que todos querem?”.
Na última parte de sua fala, Chopra comentou os avanços da tecnologia, a importância das mídias sociais e as possibilidades de utilizá-las para uma maior consciência da realidade no futuro. “Com a história, sabemos que nossas mentes não estão isoladas no tempo e, com as redes sociais, também não estamos isolados no espaço.” Aproveitou a presença do Prêmio Nobel de Literatura, Derek Walcott (que ministra painel hoje, às 19h), para exemplificar: “Hoje pela manhã, encontrei Walcott e tiramos uma foto com meu celular. Coloquei na internet e ela foi compartilhada por milhares de pessoas. Isso é a nova história. Agora eu pergunto a vocês, o que faremos com ela?”.