Com que sonham os jovens
(Ilustração: Marcia Tiburi)
Estamos vivendo, no Brasil e no restante do mundo, uma pandemia em proporções jamais imaginadas, com consequências em todos os setores da vida, em termos coletivos e individuais. No Brasil, muitas das mortes poderiam ter sido evitadas, se as decisões políticas fossem pautadas por diretrizes sanitárias advindas de bases científicas e da Organização Mundial da Saúde.
Nesse contexto, a pesquisa Sonhos confinados em tempos de pandemia convidou profissionais de saúde e professores para escrever e falar sobre seus sonhos. O estudo se inspirou em Sigmund Freud, para quem os sonhos traumáticos dos combatentes que retornaram da Primeira Guerra Mundial eram tentativas de elaborar as angústias e os impactos causados pelas transformações sociais. Além disso, para a teoria freudiana, as experiências vivenciadas pelo sujeito em seu contexto político, social e histórico comparecem pelos “restos diurnos” – mote para a produção do material onírico.
No contraponto da concepção do capitalismo de que o sono e o sonhar são considerados perda de tempo, buscamos apontar a função restauradora do sonhar, da imaginação e da capacidade criativa, que potencializa as energias do sujeito para o enfrentamento das transformações necessárias no cotidiano. Mais especificamente, entendemos que o convite para falar dos sonhos poderia facilitar a atenção do sujeito ao próprio saber sobre a realidade, que o despertaria para uma posição crítica e criativa nesse tempo de crise e paralisia.
Inspiradas em nossa trajetória de investigações com e
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