As defesas e a noção de reparação

As defesas e a noção de reparação
Melanie Klein na praia com seu neto Michael, em 1939 (Foto: Wellcome Collection)
  O interesse inicial de Melanie Klein estava estreitamente vinculado ao nascimento e desenvolvimento da capacidade de pensar e sentir desde o início da vida. Acreditava que isso tinha uma íntima relação com as angústias e as defesas mobilizadas para combater tais afetos. Esse foi o embrião de sua contribuição mais original: a técnica de análise infantil. Os mecanismos de defesa na obra de Klein vinculam-se a seu conceito de Posição, cuja síntese aparece em seu trabalho de 1952 “Algumas conclusões teóricas sobre a vida emocional dos bebês”. Posição refere-se a um ordenamento situacional – uma constelação de fantasias, relações de objeto e mecanismos de defesa – que se instala como resposta a um tipo específico de angústia. Nesse sentido, para ela existem dois tipos fundamentais de angústia: a paranoide e a depressiva, as quais estruturam, respectivamente, as Posições Esquizoparanoide e Depressiva, que se alternam durante toda a vida de uma pessoa. Quais seriam as causas das angústias paranoides? A principal fonte seria o medo de ser aniquilado e o sentimento de desamparo decorrentes do trauma do nascimento. Para ela, o que desencadeia a criação de um aparelho mental rudimentar é a presença de angústias, defesas e relações de objeto. A função principal desse aparelho é dominar a angústia causada pelo trauma do nascimento. A dor e o incômodo experimentados pelo bebê são sentidos como um ataque de forças hostis e persecutórias e só podem ser atenuados pelo prazer da alimentação e da presença da mãe. Entreta

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